
Vive numa caixa que cuidadosamente construiu para se proteger.
Eu também.
Todos nós o fazemos.
Literalmente, projectou todos os detalhes da sua vida para se proteger a si mesmo de medos e conflitos internos que não está disposto(a) a enfrentar.
Neste livro, The Untethered Soul, o autor Michael Singer fala da analogia de uma pessoa que vive com um espinho no braço. Acontece que este espinho está localizado diretamente sob um nervo. Como consequência, o mais pequeno toque no espinho provoca uma dor eletrizante em todo o corpo dessa pessoa.
De modo a esta pessoa viver a sua vida sem dores, ela tem de se certificar que nada toca no espinho do seu braço. Nem sequer dormir na sua cama é possível – se por descuido ao virar-se enquanto dorme o espinho é tocado. Por isso essa pessoa criou um dispositivo para dormir lá dentro e proteger de qualquer toque no espinho.
Problema resolvido.
Não pode também praticar desportos ou ter algum tipo de contacto físico com outras pessoas. Portanto, desenhou uma almofada que protege o braço de contactos. Não é muito confortável de usar, mas protege o espinho.
Problema resolvido.
Esta pessoa aprendeu assim a gerir todas as áreas da sua vida de modo a que nada toque no espinho. Tanto no trabalho como na criação dos seus relacionamentos. Ela controla bastante o seu ambiente externo de modo a libertar-se dos problemas criados pelo seu espinho.
Mas será mesmo assim?
Na realidade, tudo o que esta pessoa fez foi mascarar o problema. Ao fazê-lo, esta pessoa construiu toda a sua vida em torno deste problema.
A sua outra opção – de longe menos dolorosa e complicada – é simplesmente remover o espinho.
De modo semelhante, o que você tem são “espinhos” internos que criou durante toda a sua vida.
Enterrou os seus traumas de infância, os seus medos, e a sua insegurança emocional. Sempre que algo “toca” nesses espinhos internos – em vez de os deixar vir à superfície, vivê-los e deixá-los ir embora – enterra-os ainda mais por querer libertar-se da dor o mais depressa possível.
Como disse Tony Robbins, “Irá sempre obter da vida exatamente o que pode tolerar.“
Aprendeu a tolerar a vida com os seus medos e os seus conflitos internos. Como resultado, acomodou-se a uma vida muito abaixo do seu potencial.
Todos nós o fazemos.
A Evolução do Medo
O ser humano tem enraizada uma reacção de luta ou fuga a uma ameaça. Na maior parte da história humana, fomos expostos constantemente a ameaças físicas. No entanto, agora que o nosso ambiente físico é bastante seguro, as ameaças moveram-se do exterior para o interior.
Agora, em vez de se preocupar em ser morto(a) por um tigre, preocupa-se com a sua motivação própria. Preocupa-se com aquilo que as pessoas pensam de si. Preocupa-se em não ser bom ou boa o suficiente. Preocupa-se em não ofender as outras pessoas. Preocupa-se com os seus falhanços.
Quando o seu corpo é saudável, não pensa muito acerca do mesmo. Simplesmente funciona como deve de ser. Mas enquanto acordado passa imensas horas preocupado com o seu bem estar emocional, sempre a tentar certificar-se de que sente-se bem. O que é que isso diz acerca da sua saúde emocional?
Emoções saudáveis reflectem um corpo saudável – não tem de pensar muito acerca dessas emoções. Quando surge um problema, em vez de o enterrar ainda mais, enfrente-o, ultrapasse-o e deixe-o ir, de modo a que não o(a) atormente no futuro.
Mas não é assim que a maior parte das pessoas lidam com problema emocionais. Em vez de os resolver, constroem as mais bizarras relações e vivem a protegerem-se de enfrentarem os seus medos ou traumas.
Você não é os seus medos
O primeiro passo para viver uma vida de liberdade é perceber que você não é os seus medos. Você experiência os seus medos. De modo semelhante você não é os seus pensamentos. Está consciente dos seus pensamentos. Não é sequer o seu corpo, é o ser que vive dentro do seu corpo, que o experiência e que o movimenta.
Você é o que importa – os seus pensamentos, sentimentos, e experiências físicas são objectos.
Esta é a razão do porquê de a maioria das pessoas construírem as suas vidas em torno dos seus medos. Elas agarram-se a um conceito concebido por elas próprias. Elas criaram uma caixa à volta delas mesmas – “personalidade” – para definir quem são e como actuam.
A verdade é muito mais simples: você é quem experiência os seus pensamentos, sentimentos, e sensações físicas.
É o(a) observador(a) do mundo interno e externo ao seu redor. É quem determina onde coloca a sua consciência, o que os psicólogos denominam “atenção selectiva“
Você toma atenção a pensamentos, sentimentos, e coisas que têm importância para si. Onde quer que se foca, expande-se. A sua consciência das coisas torna-as reais para si.
Quando experiência algo associado com medo ou distúrbio emocional – um espinho interno – a sua atenção imediatamente muda seja do que estiver a fazer. Em vez de estar a ver um filme, torna-se perdido(a) em pensamentos e memórias.
É aqui que dá um passo consciente para trás.
.Você não é os pensamentos ou os sentimentos que está a experimentar. Pelo facto que estas emoções estão a levantar-se é um sinal de possui um conflito interno não resolvido.
Em vez de enterrar ainda mais essas emoções, veja-as pelo que elas são: Sentimentos. E esses sentimentos não são quem é. São uma experiência já vivida. Deixe esses sentimentos libertarem-se, não se esconda deles, não se distraia deles.
Observe e experimente-os na totalidade. Perdoe a si mesmo ou ao evento. Aprenda com eles. Será algo desconfortável. Por norma enterra estes sentimentos porque são desagradáveis e dolorosos.
Sinta a experiência desses sentimentos e liberte-se deles.
Remova esse espinho para fora.
A outra opção é perpetuar e agravar o problema.
Viver uma vida sem medos
A maioria das pessoas vive na Matrix um estado onde vivem completamente absorvidos nos pensamentos e sentimentos. A Matrix é uma caixa onde que você construiu à volta de si mesmo para evitar a realidade. Saía da sua cabeça – por analogia.
Tim Grover disse no seu livro, Relentless, “Não pense. Já sabe o que tem a fazer, e sabe como o fazer. O que o está a prender?“
A única maneira de sair da Matrix é confrontar a realidade. E só pode fazer isto ao expor-se a si mesmo(a) directamente os seus medos e aos seus problemas emocionais. Até fazer isso, está a viver uma ilusão. A fazer isso, está a construir uma pseudo-vida para se proteger a si mesmo de si mesmo.
A espiritualidade começa fora da sua zona de conforto. A essência da vida – de se estar realmente vivo – é expor-se directamente aos seus medos. Como disse Jack Canfield, “Tudo o que quer está no lado oposto do medo.”
Do que tem medo?
Do que se tem estado a esconder?
Que experiências tem estado a evitar?
Que conversas tem estado a evitar?
De que pessoas se anda a proteger?
Como seria a sua vida se confrontasse os seus medos, e os ultrapassa-se? Como seriam as suas relações? Como seria a sua vida profissional?
Quando enfrenta os seus medos, eles desaparecem.
Portanto, tem somente duas opções:
- Construir toda a sua vida em torno dos seus medos, como a maioria das pessoas.
- Construir a vida que quer, imediatamente expondo-se a si mesmo(a) a todos os seus medos.
Como disse Eleanor Roosevelt, “Ganharás força, coragem e confiança por todas as experiências nas quais realmente paraste para olhar o medo na cara. Poderás fizer a ti próprio(a), ‘Eu vivi com este horror. Eu posso lidar com a próxima coisa que virá.’ Tens que fazer a coisa que pensavas que não eras capaz.”
Superar-se a si mesmo(a)
A maioria das pessoas vive uma vida de medo porque a sua principal preocupação sãos os seus próprios sentimentos. A maioria das pessoas perseguem relações e carreiras que acreditam as que fará felizes.
Mas não pode directamente alcançar a felicidade.
A felicidade apenas pode ser conseguida com o efeito colateral involuntário de perseguir uma causa maior do que si mesmo(a). Um propósito supera sempre a paixão.
Quando o seu porquê é forte o suficiente, estará disposto(a) a fazer o que for preciso. Precisa de uma causa que realmente acredita. Estará então motivado, de modo figurativo, a atirar-se – ou aos seus sentimentos – para baixo do autocarro.
Não é acerca de si. É acerca da causa. É acerca do seu propósito, que é bastante superior a si.
Quando ama alguém, está disposto(a) a levar com uma bala por essa pessoa. Está disposto(a) a morrer por quem ama. De igual modo, estará disposto(a) a verdadeiramente viver por quem ama. Todos os dias, não importa o quão difícil possa parecer. Para si, não será difícil, porque simplesmente sente-se agradecido(a) pela oportunidade.
Não tem que ter uma “caixa”. Deixe o seu imaginado conceito próprio. Quem é realmente não pode ser definido. Esqueça o que pensa quem é. Em vez disso, siga os seus medos para qualquer lado que eles o(a) levarem. Eles indicam-lhe o caminho. Exponha-se a si mesmo(a).
Seja quem deseja ser, e não o que os seus medos o(a) definem. Viva com um propósito maior que si mesmo, algo que acredite verdadeiramente.
Se precisa de apoio especializado em Psicologia, contacte a Quinta da Felicidade.
Artigo original por Benjamin Hardy
Oi, ultimamente venho muito aqui ler esse texto q me ajuda bastante. Há seis meses, aconteceu algo inesperado comigo: tive um bloqueio emocional em relação ao meu namorado. Não tinha no início, desenvolvi só há seis meses atrás. o motivo já descobri com a psicologia, eu me mudei um período pra estudar e fiquei com tanto medo de perdê-lo, q inconscientemente, me bloqueei. É inacreditável a situação e o imenso desconforto de sofrer isso com alguém q amo demais. Hoje entendo melhor as causas disso, mas não consigo me desbloquear. Tento, tento e não consigo. Estou extremamente cansada e parece q não vou consegui superar. Alguma dica ou orientação pro meu acaso?
ABS!